(Fotografia e texto de Fernando Faria Paulino | Desenho de Tiago Cruz)
Fevereiro de 2001. Serra de Montemuro.
Altitude, cerca de 1400m no seu ponto mais alto.
Uma vez mais acompanho Jorge Cardoso, o último dos maiorais dos pastores transumantes, e o seu rebanho no ciclo diário do pastoreio.
Uma viagem em que pastor e rebanho definem o percurso que nos conduzirá algures, a um dos pontos mais altos da serra.
Ao longo do percurso, apenas escuto os sons dos chocalhos e dos sinos que as ovelhas transportam. O vento encarrega-se de misturá-los. Por vezes um grito, uma ordem, dirigido a alguma ovelha mais atrasada.
A subida prossegue, lentamente. O pastoreio confunde-se com o ciclo do tempo, minuto a minuto, hora após hora, sem grandes pausas. Pastor e rebanho parecem fazer parte da própria natureza.
Apenas uma paragem, o almoço, o limite da subida. Um tempo que é aproveitado para recordar percursos carregados de memórias, histórias e vivências.
Jorge Cardoso relembra com saudade as campanhas transumantes de outros tempos. Rebanhos com milhares de cabeças de gado. A permanência na serra, dia após dia, noite após noite…
Era uma coisa bonita, a viagem! Acabou tudo!
Os novos não querem e os velhos não podem!
Regressamos por caminhos diferentes. A descida é igualmente lenta. E à medida que se aproxima o final do dia, aproximamo-nos igualmente da aldeia. O cálculo das horas é preciso, rigoroso, sem recurso a qualquer tipo de instrumento.
Um espaço e um tempo que Jorge Cardoso – o último maioral transumante – parece controlar.
Muito interessante, Tiago. Parabéns.
Obrigado Luís… Não posso deixar de referir que o mérito aqui não é só meu. Um parabéns ainda maior ao Fernando Paulino pelo texto e pelas fotografias fantásticas! Altamente inspirador…
Fico contente em ver trabalho, que começa a ser materializado e publicado.
É com satisfação que vejo resultados concretos, da aplicação do conhecimento e talento que ambos pousem…
Parabéns a ambos pelo trabalho.
Coisas como estás dão uma motivação extra, para começar a retirar projectos que estão na gaveta…!
Antigos alunos ainda podem ter acesso a revista!?
De que forma!?
Obrigado!
Obrigado pelos comentários António. Ficou contente por este trabalho despertar essa motivação!
Em relação ao acesso à revista, claro que sim! Dirija-se à sala do CELCC (Centro de Estudos em Língua, Comunicação e Cultura), junto à biblioteca, e peça lá. Até pode pedir esta e a do ano passado. Ainda devem ter lá alguns exemplares.