Infelizmente vou coleccionando um conjunto de sujeitos e, ainda mais grave, entidades que usam as minhas imagens indevidamente. Desta vez foi a revista Time Out Porto. Fui contactado no sentido de disponibilizar desenhos do Porto. Assim o fiz. Por vezes cobro direitos autorais, especialmente se as imagens se relacionarem com a obtenção de lucros de alguma forma (como é o caso da Time Out). No entanto, visto que o caso também veio por intermédio de uma pessoa que me é próxima, não cobrei qualquer valor pelos direitos das imagens. Aliás, nem sequer toquei no assunto.
Aqui estão elas publicadas no número deste mês. Percebi que em lado nenhum surge o meu nome enquanto autor das imagens. Fiquei surpreendido pois acho que a atribuição dos créditos relativos às mesmas seria o mínimo que a revista deveria fazer. De facto, é uma obrigação e não uma questão de favor. Entrei em contacto com eles e pediram desculpa pelo sucedido justificando que pensavam que as imagens eram de diversos Urban Sketchers. Disseram ainda que iriam colocar uma nota no próximo número da revista expondo o lapso.
Claro que mesmo que fossem de diversos Urban Sketchers os direitos teriam que ser, ainda assim, atribuídos individualmente a cada um deles. Ainda respondi afirmando que seria simpático da parte deles, além da nota no próximo número, colocarem um post no Facebook de revista expondo o assunto e colocando links para os meus espaços na internet. Parece-me justo tendo em conta a falha e quando, ainda por cima, a revista é vendida. A resposta foi curta e simples:
“O Facebook da Time Out Porto não se destina a conteúdo editorial, mas apenas a fins de publicidade e marketing à marca.”
Entretanto pesquisei de forma um pouco mais profunda e parece que não fui a única vítima deste tipo de comportamento por parte da Time Out. Parece que lá para os lados de Lisboa a revista também faz destas coisas… colocar imagens e não atribuir os créditos aos autores.
Enfim… Lamentável. No próximo mês digo-vos se a tal nota chegou a sair ou não.
@edit
A TimeOut publicou uma “nota” atribuindo os créditos às imagens publicadas. Obrigado.
https://arquitectoferreiralanza.wordpress.com/2014/07/01/ja-nao-sao-necessarios-autores/
passo a citar: “No contexto do acesso à informação, o meio digital levou à falência o modelo de que a conquista pela informação ainda era algo, pela qual teríamos que lutar. A internet tra-la a correr até nós e mesmo quando não a queremos, a televisão, a rádio, os jornais tratam de nos direccionar para ela. A facilidade no acesso à informação via internet, confere ao conteúdo uma áurea pública que acaba por criar o sentimento de que essa disponibilidade significa a ausência de uma história e como tal, a não memória. Uma amnésia. Uma anulação do referencial. Em consequência, a completa desvirtuação da definição de autoria e de direitos.”
Parece que caminhamos para aí, mas não pode ser… não pode mesmo!
É verdade e é lamentável.
Acontecendo repetidamente é difícil de aceitar o simples “lapso”.
Este “lapso” é mesmo uma desculpa… podiam ter pensado em algo mais credível! Acho que aceitava melhor se me dissessem “Não colocamos porque realmente não queremos saber…” Pelo menos respeitava a sinceridade.
Aconteceu-me o mesmo na edição Time Out Lisboa de 30/09/2015. Como reagiriam eles se comprasse uma revista no primeiro dia e digitalizasse toda a publicação e depois colocava no FB para todos lerem? Claro que depois pedia desculpa e fazia uma pequena nota no FB.
Com estas reviews, pode ser que comecem a prestar mais atenção a estes “detalhes”…